segunda-feira, 6 de abril de 2015

O Navio Negreiro: Um Clássico Contemporâneo

É triste e ao mesmo tempo coerente pensar que Castro Alves tinha tanta razão!
Cada letra, cada vírgula, cada verso, manchado pela vergonha alheia da própria raça humana...
E indignação profunda e sufocante de fazer parte desta mesma espécie que alguns dizem fazer mas agem feito animais pérfidos e irracionais, distantes de qualquer fagulha de humanidade e sentimento de empatia, de caráter, de ombridade e de respeito pelo que também se é e faz parte!
Envergonho-me da minha própria existência humana ao saber, ler e constatar que 'O Navio Negreiro' foi uma obra tão realista em seu contexto, todo/parte, e ainda se faz, muitas vezes, tão contemporânea que me causa repugnância e até sentimento de horror da minha própria espécie que muitos chamam de "humana"!

" [...] Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

... Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e covardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares! [...] "

sexta-feira, 30 de maio de 2014

As Vigílias: Um livro fantástico de contos poéticos!

Olaaaa galera!

Estou extremamente feliz com a publicação do meu livro de poesias através do Clube de autores!
Agora que meu sonho se transformou em realidade gostaria muito de dividir esse momento fabuloso com vocês!

Quem é que não gosta de uma boa poesia?

AS VIGÍLIAS é um livro de contos poéticos muito gostoso de ler, repleto se estórias intrigantes de amor, sonhos, solidão, desamor e mistérios! E cada personagem destas pequenas estórias poéticas guardam sempre um segredo escondido nos átrios de seus mais profundos sentimentos!


Ta bom, bonito e barato!  Rs
Tenho certeza que vocês vão amar pois foi feito com todo amor, carinho, suor e muitas lágrimas!
Um beijo a todos e até...

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Olá, Bem vindo ao meu Blog!



Escrever para mim é a arte da minha existência. 
É como respirar.
É a minha própria vida.
E está impregnado nas alcovas da minha alma o desejo da mais pura escrita:
A que relata as facetas e rompantes de sentimentos!

Aqui jaz a essência dos meus sonhos e pensamentos mais secretos...
Cuidado ao abrir esta porta!
Os sentidos ficam ainda mais aguçados e os sentimentos transpassam à flor da tua pele.

Este é o epílogo de toda a minha moribunda existência poética!

“E ainda que um tanto desordenadas,
Nas entranhas dos meus mais íntimos pensamentos,
As idéias surgem como rompantes da alma
Tange as falanges das pontas dos dedos.

Ah, Que versos tão belos!

Não sei se estive a sonhar,
Adormecido ou ébrio.
E fico de noite a vagar
Nas réstias da dor e do tédio...
Esperando quem venha me salvar
Destes versos embriagados de mistério!”

Muito Obrigada por ler estas palavras completamente insanas e desvairadas...

Até...

Meu Sonho...

**EU

Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Cavaleiro, quem és? — O remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Cavaleiro, quem és? que mistério...
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?

**O FANTASMA
Sou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...

(Álvares de Azevedo)